O que é ecologia? Os organismos vivos (fatores bióticos) e o seu ambiente inerte,
sem vida (fatores abióticos) estão inseparavelmente ligados e integrados
entre si. Logo, costumamos definir a Ecologia como sendo a parte da
Biologia que estuda as relações dos seres vivos entre si e deles com os demais
componentes do ambiente.
O que é ambiente? O ambiente é o espaço formado pelos elementos físicos (como a
radiação solar, temperatura, ventos, etc.), químicos (como os nutrientes
presentes na água e no solo) e geológicos (como o solo) que atuam sobre um
organismo ou sobre uma comunidade ecológica e, em última análise, determina sua
forma e sua sobrevivência.
Dentro da ecologia podemos organizar
os seres vivos em níveis, por exemplo, chamamos de populações os grupos
de seres vivos de uma mesma espécie que vivem em uma mesma área e no mesmo
intervalo de tempo, e que comunidade biótica é o conjunto de populações
de determinada área no mesmo intervalo de tempo. Para entender melhor, vamos
observar nossa sala de aula, podemos ver na área da sala, neste momento vários
alunos, são todos da mesma espécie (Homo sapiens), logo eles formam uma
população. Nessa sala, além da população de alunos, temos outras populações,
como por exemplo de bactérias, fungos, mosquitos... Se juntarmos todas essas
populações que estão vivendo na sala (área) e neste momento (intervalo de
tempo), podemos definir como sendo uma comunidade.
Na associação entre uma comunidade e
os fatores abióticos do ambiente, podemos definir mais um nível de organização,
o ecossistema. Os ecossistemas podem ser marinhos, terrestres ou de água
doce; pequeno como uma lagoa ou grande como por exemplo, a Floresta Amazônica.
Independente do seu tamanho no ecossistema sempre irá ocorrer a circulação da
matéria e o fluxo de energia, mas esse assunto iremos ver na próxima aula. Já o
conjunto formado por todos os ecossistemas do planeta formam a biofera.
As relações entre os
seres vivos - Nas
comunidades biológicas, dentro de um ecossistema, encontram-se várias formas de
interações entre os seres vivos que as formam, as relações ecológicas.
Essas interações por sua vez, se diferenciam pelos tipos de dependência que os
organismos mantêm entre si: algumas são caracterizadas pelo benefício mútuo dos
seres vivos envolvidos, ou apenas de um deles sem prejuízo do outro, enquanto
outras são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em
benefício do outro. Conhecer as múltiplas possibilidades de relações entre os
organismos no ambiente nos possibilita compreender que a natureza corresponde a
uma intrincada rede de interações, e que a manutenção da mesma depende de
distintos níveis de organização e relacionamento entre os seres vivos que
compõem cada ecossistema.
Nesse sentido, podemos falar que
essas relações ecológicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie (relações
intraespecíficas) ou entre indivíduos de espécies diferentes (relações
interespecíficas), contudo em ambas, as relações podem se dar de forma harmônica
(ou interações positivas) ou de forma desarmônica (interações
negativas).
Nas relações intraespecíficas harmônicas temos: sociedade,
onda há divisão do trabalho (exemplos: abelhas, cupins e formigas) e colônia,
onde os indivíduos estão anatomicamente unidos entre si (exemplos: corais,
esponjas e algumas algas). Já as relações desarmônicas são: o canibalismo (um
indivíduo mata o outro da mesma espécie para se alimentar. Exemplos: algumas
aranhas, escorpiões, grilos, etc.) e a competição intraespecífica (ocorre
quando há disputa de recursos não disponíveis em quantidade suficiente, como
espaço, fêmeas e alimento).
As relações interespecíficas
harmônicas podem ser: mutualismo (ambos se beneficiam e mantêm relação
de dependência, exemplos: liquens, bactérias e plantas leguminosas, bovinos e
enterobactérias que digerem celulose, cupins e enterobactérias que digerem
celulose), protocooperação (ambos se beneficiam, mas podem viver
separados, exemplos: jacaré e ave palito, anêmona e caranguejo paguro), inquilinismo
(um indivíduo obtém proteção sem prejudicar o outro, exemplos: plantas epífitas
que vivem sobre as árvores, peixe-agulha de pepino-do-mar) e comensalismo
(apenas um se beneficia sem causar prejuízo ao outro, exemplos: tubarão e
peixe-piloto, leão e hiena, urubu e homem). Já as relações desarmônicas são: amensalismo
(os indivíduos de uma espécie secretam substâncias que inibem o
desenvolvimento de outras, exemplos: fungos que secretam antibióticos e
bactérias, eucalipto e outras plantas, algas que provocam a maré vermelha e
outros seres vivos aquáticos), predatismo (um indivíduo mata o da outra
espécie para se alimentar. Exemplos: aranhas e insetos, gaviões e cobras,
herbívoros e plantas, plantas carnívoras, etc.), parasitismo (o parasita
vive no corpo de outra espécie para dele se alimentar, exemplos: carrapatos,
piolhos, pulgas, vermes, pulgões que sugam a seiva das plantas, erva de
passarinho, cipó-chumbo, etc.) e competição interespecífica (duas
espécies diferentes disputam recursos não disponíveis em quantidade suficiente,
como espaço e alimento). A competição pode determinar o controle da densidade
populacional das duas espécies que estão interagindo.
Para
complementar: http://www.youtube.com/watch?v=qO3yasOJgNA
Sobre o
fluxo de energia entre os seres vivos. (11 minutos)
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