quarta-feira, 28 de maio de 2014

Turmas 2006/2007/2008/2009- Histologia Vegetal

HISTOLOGIA VEGETAL
Assim como nos animais, as células vegetais associam-se umas às outras formando tecidos, ou seja, unidades com estruturas e funções específicas. Os tecidos vegetais podem ser divididos em: tecidos meristemáticos, tecidos de revestimento, tecidos fundamentais e tecidos vasculares.

TECIDOS MERISTEMÁTICOS
Os tecidos meristemáticos são responsáveis pela formação dos demais tecidos e pelo crescimento das plantas. Eles são formados por células pequenas e com grande capacidade de divisão através da mitose. Os tecidos meristemáticos podem ser classificados como primários ou secundários.
Os meristemas primários são responsáveis pelo crescimento longitudinal (crescimento primário) das plantas. São encontrados principalmente no ápice dos caules e das raízes. Existem três tipos de meristemas primários, sendo que cada um deles é responsável pela formação de um tipo específico de tecido: protoderme (origina a epiderme), meristema fundamental (origina os tecidos fundamentais) e procâmbio (origina os tecidos vasculares).
Os meristemas secundários ocorrem nas plantas que apresentam crescimento em espessura (crescimento secundário). São formados por células adultas que se desdiferenciam e recuperam a capacidade de divisão mitótica. O felogênio e o câmbio são meristemas secundários. O primeiro é responsável pela formação de camadas da periderme e, o segundo, pela formação do floema e xilema secundários.

TECIDOS DE REVESTIMENTO
Os tecidos de revestimento, além de protegerem mecanicamente as superfícies externas das plantas, também realizam funções como aeração dos tecidos internos e reduzem a perda de água. Existem dois tipos de tecidos de revestimento: a epiderme e a periderme.
A epiderme é o tecido primário de revestimento. As células epidérmicas das partes aéreas das plantas secretam uma substância chamada de cutina. A cutina forma uma camada impermeabilizante chamada de cutícula. A cutícula, entre outras funções, evita a perda de água e protege a planta de choques mecânicos. Entre as células da epiderme existem as células-guarda. As células-guarda controlam a abertura de pequenos poros da epiderme chamados de estômatos. Através dos estômatos ocorre a entrada e a saída de gases da planta. A epiderme também pode apresentar apêndices chamados de tricomas como, por exemplo, os pêlos radiculares,
Em plantas com crescimento em espessura (secundário) a epiderme é usualmente substituída pela periderme. A periderme possui três camadas: a feloderme, o felogênio e o súber. O felogênio é um tecido meristemático que origina o súber para fora e a feloderme para dentro.

TECIDOS FUNDAMENTAIS
Os tecidos fundamentais são representados pelos parênquimas e pelos tecidos de sustentação.
Os parênquimas são tecidos que ocorrem em diversas partes das plantas. Alguns exemplos de parênquima são o clorofiliano, o amilífero, o aerífero e o aqüífero. O parênquima clorofiliano possui células com grande quantidade de cloroplastos, sendo o principal local de realização da fotossíntese. O parênquima amilífero possui células que armazenam amido como substância de reserva. O parênquima aerífero acumula ar em seu interior permitindo, por exemplo, a flutuação de plantas aquáticas. Já o parênquima aqüífero armazena água em seu interior e é muito comum em plantas de clima seco.
Os tecidos de sustentação são de dois tipos: o colênquima e o esclerênquima. O colênquima é formado por células vivas e flexíveis sendo especialmente adaptado à sustentação de órgãos em crescimento. O esclerênquima é formado por células mortas e muito resistentes. Suas células são impregnadas por uma substância chamada lignina que confere rigidez às células.

TECIDOS VASCULARES
Os tecidos vasculares transportam substâncias ao longo da planta. Existem dois tipos de tecidos vasculares: o xilema e o floema.
O xilema é o principal condutor de água e nutrientes (seiva bruta) das raízes até as folhas da planta. O xilema é composto principalmente por dois tipos de célula: os elementos de vaso e os traqueídes. Os elementos de vaso são células alongadas que se dispõem em sequência formando vasos condutores. Suas paredes apresentam perfurações que permitem a comunicação entre elementos adjacentes. Os traqueídes também são células alongadas e dispostas sequencialmente. Suas paredes possuem pequenos poros chamados de pontuações.
O floema é o principal condutor de substâncias orgânicas (seiva elaborada) originadas da fotossíntese. Os elementos crivados e as células companheiras são as principais células condutoras do floema e, assim como as células do xilema, encontram-se dispostos na forma de feixes. Os elementos crivados possuem uma área repleta de poros através dos quais as células adjacentes se comunicam. As células companheiras são células parenquimáticas, dispostas ao lado dos elementos crivados, que auxiliam na condução das substâncias.

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TURMAS 2006/ 2007/2008/2009- Histologia Animal

A HISTOLOGIA (do grego histos= tecido ou teia) é o estudo da formação, estrutura e função dos tecidos biológicos. Os tecidos são grupos organizados de células que realizam funções específicas no organismo. Existem quatro tipos básicos de tecidos: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Cada um deles apresenta organização e funções características.

TECIDO EPITELIAL
O tecido epitelial, ou epitélio, desempenha diversas funções no organismo. Ele reveste e protege as superfícies internas e externas do corpo, absorve e secreta substâncias e capta estímulos sensoriais. Suas células encontram-se sempre bem próximas umas das outras e há pouco ou nenhum espaço intercelular. Não existem vasos sanguíneos no interior do epitélio, por isso o tecido é chamado de avascular. Existem dois tipos de tecido epitelial: o epitélio de revestimento e o epitélio glandular.
O epitélio de revestimento recobre as superfícies externas (por ex., a epiderme) e internas (por ex., o interior do intestino) do corpo. De acordo com o número de camadas de célula, o epitélio de revestimento é classificado em três tipos principais: simples, estratificado e pseudoestratificado. O epitélio simples é constituído por uma única camada celular. O estratificado apresenta duas ou mais camadas. O pseudoestratificado é um epitélio simples que possui células de diferentes alturas, dando a impressão de estratificação.
O epitélio glandular possui células que produzem e secretam diversas substâncias como, por exemplo, hormônios e enzimas digestivas. As glândulas podem ser classificadas como exócrinas (por ex. glândulas sudoríparas), quando possuem um ducto que elimina a secreção, e endócrinas (por ex. tireóide) quando não possuem ducto. Há um terceiro tipo de glândula, chamada de mista ou anfícrina, que apresenta porções endócrinas e exócrinas (por ex., o pâncreas)

TECIDO CONJUNTIVO
Diferentemente do tecido epitelial, as células do tecido conjuntivo encontram-se distantes umas das outras e, em geral, há uma grande quantidade de material intercelular entre elas. Dentre as diversas células do tecido conjuntivo podemos citar, por exemplo, os fibroblastos, os macrófagos e os adipócitos. O tecido conjuntivo é aquele de maior ocorrência e pode ser subdividido em: tecido conjuntivo propriamente dito, tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo e tecido sanguíneo.
O tecido conjuntivo propriamente dito é classificado como frouxo ou denso. O tecido conjuntivo frouxo ocorre em praticamente todos os órgãos do corpo. Ele é composto por células, fibras e uma massa gelatinosa chamada de substância fundamental (ou amorfa). Entre suas células podemos citar os fibroblastos e os macrófagos. Os fibroblastos produzem as fibras e a substância fundamental. Os macrófagos detectam e digerem (fagocitam) substâncias estranhas e restos celulares.
Entre as fibras do tecido conjuntivo frouxo encontram-se as fibras colágenas e as elásticas. O tecido conjuntivo denso é caracterizado por uma grande quantidade de fibras de colágeno dispostas entre os fibroblastos. Ele pode ser encontrado nos tendões e nos ligamentos.
O tecido adiposo é formado por células adiposas. Estas células são capazes de armazenar uma grande quantidade de lipídios em seu interior. O tecido adiposo atua como reserva de energia e isolante térmico.
O tecido cartilaginoso é formado por fibras colágenas, fibras elásticas e um tipo de célula chamado de condrócito. O tecido cartilaginoso é resistente e flexível e pode ser encontrado, por exemplo, em regiões de articulações, na traquéia e no septo nasal. Alguns vertebrados, como os tubarões, possuem o esqueleto composto por tecido cartilaginoso. Porém, na maioria dos vertebrados, o esqueleto cartilaginoso é em grande parte substituído pelo tecido ósseo.
O tecido ósseo, caracterizado sua grande resistência, é formado principalmente por três tipos de células (osteoblastos, osteócitos e osteoclastos) e pela matriz óssea (substância intercelular). Osteoblasto é o nome dado à célula óssea jovem. Já os osteócitos são as células ósseas maduras. Os osteoclastos são células responsáveis pela degradação de partes lesadas ou velhas do tecido ósseo. A matriz óssea é composta principalmente por fibras colágenas e fosfato de cálcio, substância que confere a rigidez ao tecido.
O tecido sanguíneo é um tipo de tecido conjuntivo altamente especializado. O tecido apresenta uma grande quantidade de substância intercelular em estado líquido chamada de plasma. No plasma encontramos as hemácias (ou glóbulos vermelhos), diversos tipos de leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O tecido sanguíneo, entre outras funções, realiza as trocas gasosas, transporta substâncias pelo organismo e o protege da invasão de agentes infecciosos ou corpos estranhos.

TECIDO MUSCULAR
O tecido muscular é um tecido altamente contrátil responsável pelos movimentos voluntários e involuntários do organismo. Ele é constituído principalmente por células alongadas chamadas de fibras musculares. No citoplasma das fibras musculares existem microfilamentos constituídos das proteínas contráteis, a actina e a miosina. O tecido muscular é classificado em três tipos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso.
O tecido muscular estriado esquelético é composto por longas fibras estriadas. Estas fibras possuem contração rápida e voluntária. Este tecido forma a maioria dos músculos do corpo garantido a sua sustentação e movimentação.
O tecido muscular estriado cardíaco também é composto por longas fibras estriadas. Sua contração é rápida, porém, involuntária. Este tipo de tecido é encontrado no coração.
O tecido muscular liso é formado por fibras sem estrias. Sua contração é lenta e involuntária. Este tecido pode ser encontrado, por exemplo, no tubo digestório ou nos ductos respiratórios.

TECIDO NERVOSO
O tecido nervoso integra todas as partes do organismo recebendo e desencadeando respostas a estímulos do meio externo ou interno. Este tecido é formado por dois tipos principais de células: os neurônios e as células da glia.
Os neurônios são as células responsáveis por receber e transmitir os impulsos nervosos. Cada neurônio apresenta três regiões fundamentais: os dendritos, o corpo celular e o axônio. Os dendritos são prolongações ramificadas que recebem os estímulos nervosos. O corpo celular é a região mais volumosa onde se encontra o núcleo e as organelas celulares. O axônio é um prolongamento do corpo celular por onde o impulso nervoso deixa o neurônio. Entre um neurônio e outro há sempre um pequeno espaço que é chamado de sinapse. Quando o impulso nervoso atinge a extremidade de um axônio, ele provoca a liberação de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores. Os neurotransmissores se difundem através da sinapse e atingem os dendritos do axônio seguinte, dando continuidade a propagação do estímulo nervoso.
As células da glia (ou neuroglia) são células pequenas, mas numerosas, que se situam ao redor dos neurônios. Elas nutrem, protegem e sustentam os neurônios.



quarta-feira, 21 de maio de 2014

3005 e 3006- Texto para as atividades do dia 22 de maio


O que é ecologia? Os organismos vivos (fatores bióticos) e o seu ambiente inerte, sem vida (fatores abióticos) estão inseparavelmente ligados e integrados entre si. Logo, costumamos definir a Ecologia como sendo a parte da Biologia que estuda as relações dos seres vivos entre si e deles com os demais componentes do ambiente.
O que é ambiente? O ambiente é o espaço formado pelos elementos físicos (como a radiação solar, temperatura, ventos, etc.), químicos (como os nutrientes presentes na água e no solo) e geológicos (como o solo) que atuam sobre um organismo ou sobre uma comunidade ecológica e, em última análise, determina sua forma e sua sobrevivência.
Dentro da ecologia podemos organizar os seres vivos em níveis, por exemplo, chamamos de populações os grupos de seres vivos de uma mesma espécie que vivem em uma mesma área e no mesmo intervalo de tempo, e que comunidade biótica é o conjunto de populações de determinada área no mesmo intervalo de tempo. Para entender melhor, vamos observar nossa sala de aula, podemos ver na área da sala, neste momento vários alunos, são todos da mesma espécie (Homo sapiens), logo eles formam uma população. Nessa sala, além da população de alunos, temos outras populações, como por exemplo de bactérias, fungos, mosquitos... Se juntarmos todas essas populações que estão vivendo na sala (área) e neste momento (intervalo de tempo), podemos definir como sendo uma comunidade.
Na associação entre uma comunidade e os fatores abióticos do ambiente, podemos definir mais um nível de organização, o ecossistema. Os ecossistemas podem ser marinhos, terrestres ou de água doce; pequeno como uma lagoa ou grande como por exemplo, a Floresta Amazônica. Independente do seu tamanho no ecossistema sempre irá ocorrer a circulação da matéria e o fluxo de energia, mas esse assunto iremos ver na próxima aula. Já o conjunto formado por todos os ecossistemas do planeta formam a biofera.

As relações entre os seres vivos - Nas comunidades biológicas, dentro de um ecossistema, encontram-se várias formas de interações entre os seres vivos que as formam, as relações ecológicas. Essas interações por sua vez, se diferenciam pelos tipos de dependência que os organismos mantêm entre si: algumas são caracterizadas pelo benefício mútuo dos seres vivos envolvidos, ou apenas de um deles sem prejuízo do outro, enquanto outras são caracterizadas pelo prejuízo de um de seus participantes em benefício do outro. Conhecer as múltiplas possibilidades de relações entre os organismos no ambiente nos possibilita compreender que a natureza corresponde a uma intrincada rede de interações, e que a manutenção da mesma depende de distintos níveis de organização e relacionamento entre os seres vivos que compõem cada ecossistema.
Nesse sentido, podemos falar que essas relações ecológicas podem ocorrer entre indivíduos da mesma espécie (relações intraespecíficas) ou entre indivíduos de espécies diferentes (relações interespecíficas), contudo em ambas, as relações podem se dar de forma harmônica (ou interações positivas) ou de forma desarmônica (interações negativas).
Nas relações intraespecíficas harmônicas temos: sociedade, onda há divisão do trabalho (exemplos: abelhas, cupins e formigas) e colônia, onde os indivíduos estão anatomicamente unidos entre si (exemplos: corais, esponjas e algumas algas). Já as relações desarmônicas são: o canibalismo (um indivíduo mata o outro da mesma espécie para se alimentar. Exemplos: algumas aranhas, escorpiões, grilos, etc.) e a competição intraespecífica (ocorre quando há disputa de recursos não disponíveis em quantidade suficiente, como espaço, fêmeas e alimento).
As relações interespecíficas harmônicas podem ser: mutualismo (ambos se beneficiam e mantêm relação de dependência, exemplos: liquens, bactérias e plantas leguminosas, bovinos e enterobactérias que digerem celulose, cupins e enterobactérias que digerem celulose), protocooperação (ambos se beneficiam, mas podem viver separados, exemplos: jacaré e ave palito, anêmona e caranguejo paguro), inquilinismo (um indivíduo obtém proteção sem prejudicar o outro, exemplos: plantas epífitas que vivem sobre as árvores, peixe-agulha de pepino-do-mar) e comensalismo (apenas um se beneficia sem causar prejuízo ao outro, exemplos: tubarão e peixe-piloto, leão e hiena, urubu e homem). Já as relações desarmônicas são: amensalismo (os indivíduos de uma espécie secretam substâncias que inibem o desenvolvimento de outras, exemplos: fungos que secretam antibióticos e bactérias, eucalipto e outras plantas, algas que provocam a maré vermelha e outros seres vivos aquáticos), predatismo (um indivíduo mata o da outra espécie para se alimentar. Exemplos: aranhas e insetos, gaviões e cobras, herbívoros e plantas, plantas carnívoras, etc.), parasitismo (o parasita vive no corpo de outra espécie para dele se alimentar, exemplos: carrapatos, piolhos, pulgas, vermes, pulgões que sugam a seiva das plantas, erva de passarinho, cipó-chumbo, etc.) e competição interespecífica (duas espécies diferentes disputam recursos não disponíveis em quantidade suficiente, como espaço e alimento). A competição pode determinar o controle da densidade populacional das duas espécies que estão interagindo.

Para complementar: http://www.youtube.com/watch?v=qO3yasOJgNA

Sobre o fluxo de energia entre os seres vivos. (11 minutos)

Viagem Fantástica- Corpo Humano- 2006/2007/2008/2009

Viagem Fantástica:
http://www.youtube.com/watch?v=SBYujRVVuS0

2006.2007.2008.2009-Texto das aulas dos dias 15 e 22 de maio- Evolução : Organismo unicelular pode explicar origem do reino animal

Evolução : Organismo unicelular pode explicar origem do reino animal
Espécie descoberta em 2002 pode esclarecer o que tornou possível o aparecimento dos animais, algo que até hoje não foi plenamente entendido  ( The New York Times)

A origem dos animais é um dos episódios mais misteriosos na história da vida. A transformação de um organismo unicelular em um coletivo de um trilhão de células exige uma enorme reestruturação genética.Espreitando no sangue de caracóis tropicais há uma criatura unicelular chamada Capsaspora owczarzaki. Esta espécie ameboide com “tentáculos” é tão obscura que ninguém a havia notado até 2002. Mesmo assim, em poucos anos ela passou do anonimato a foco do mundo científico. Acontece que ela é um dos parentes mais próximos dos animais. Por incrível que pareça, nossos ancestrais há um bilhão de anos eram bem semelhantes à Capsaspora.
A origem dos animais foi uma das transformações mais extraordinárias e importantes na história da vida. Eles evoluíram de ancestrais unicelulares até uma profusão de complexidade e diversidade. Hoje estima-se que sete milhões de espécies de animais vivem na Terra, desde vermes tubícolas no fundo do oceano a elefantes se arrastando pesadamente pela savana africana. Seus corpos podem conter trilhões de células capazes de se transformar em músculos, ossos e centenas de outros tipos de tecidos e de células.
O amanhecer do reino animal, cerca de 800 milhões de anos atrás, também foi uma revolução ecológica. Os animais devoraram os tapetes microbianos que haviam dominado os oceanos por mais de 2 bilhões de anos e criaram seus próprios habitats, como os arrecifes de corais. A origem dos animais é um dos episódios mais misteriosos na história da vida. A transformação de um organismo unicelular em um coletivo de um trilhão de células exige uma enorme reestruturação genética. A espécie intermediária que poderia mostrar como a transição aconteceu está extinta.
“Estão faltando apenas os passos intermediários”, afirmou Nicole King, bióloga evolutiva da Universidade da California em Berkeley.
Pistas evolutivas — Para entender como os animais assumiram esta forma de vida peculiar, os cientistas estão reunindo diversas linhas de indícios. Alguns usam martelos de pedra para retroceder ao registro fóssil de animais dezenas de milhões de anos atrás. Outros estão encontrando assinaturas químicas de animais em pedras antigas. Ainda há um terceiro grupo examinando os genomas de animais e de seus parentes como a “Capsaspora” para reconstruir a árvore evolutiva dos animais e de seus parentes mais próximos. Surpreendentemente, eles descobriram que muito do equipamento genético para a formação de um animal já existia bem antes do próprio reino animal.
Foi apenas nos últimos anos que os cientistas chegaram a uma noção consistente do que são os parentes mais próximos dos animais. Em 2007 o National Human Genome Research Institute iniciou um projeto internacional para comparar o DNA de diferentes espécies e traçar uma árvore genealógica.
Os primos dos animais são um grupo diversificado. Ao lado da habitante de caracóis, aCapsaspora, nossos parentes mais próximos incluem coanoflagelados, criaturas semelhantes a ameboides que vivem em água limpa, na qual elas caçam bactérias.
Agora os cientistas estão tentando entender como um organismo unicelular como a Capsasporaou um coanoflagelado se tornou um animal pluricelular.
Por sorte eles podem obter algumas pistas a partir de outros casos nos quais micróbios fizeram a mesma transição. Plantas e fungos evoluíram de ancestrais unicelulares, bem como dúzias de outras linhagens menos familiares, de algas pardas a fungos mixomicetos.
A pluricelularidade primitiva pode ter evoluído com certa facilidade. “Tudo que precisa acontecer é que os produtos da divisão celular se mantenham unidos”, disse Richard E. Michod, da Universidade do Arizona. Uma vez que organismos unicelulares passaram permanentemente para colônias, começaram a se especializar em funções diferentes. Esta divisão de trabalho tornou as colônias mais eficientes. Elas conseguiam crescer mais rápido do que colônias menos especializadas.
Em determinado ponto a divisão de trabalho pode ter levado muitas células dos protoanimais a perder sua habilidade de reprodução. Apenas um pequeno número de células ainda fabricava as proteínas necessárias para produzir descendentes. Assim, as células no resto do corpo poderiam se concentrar em funções como juntar alimento e lutar contra doenças.
“Não é um obstáculo”, afirmou Bernd Schierwater, da Universidade de Medicina Veterinária em Hannover, Alemanha. “É uma ótima maneira de ser muito eficiente”.
Reciclagem de células — Mas a multicelularidade também lançou novos desafios aos ancestrais dos animais. “Quando há morte de células num grupo, elas podem intoxicar umas às outras”, afirmou Michod. Nos animais as células morrem de forma ordenada, assim elas liberam relativamente poucas toxinas. E ocorre o contrário: as células que estão morrendo podem ser recicladas por suas companheiras vivas.
Outro perigo apresentado pela pluricelularidade é a capacidade de uma única célula de crescer às custas de outras. Hoje esse perigo ainda assombra: o câncer é o resultado de algumas células se recusando a jogar pelas mesmas regras que as demais no nosso corpo.
Mesmo simples organismos multicelulares têm defesas evoluídas contra esses trapaceiros. Um grupo de algas verdes conhecido como “volvox” desenvolveu um limite para o número de vezes que qualquer célula pode se dividir. “Isso ajuda a reduzir o potencial de células serem renegadas”, disse Michod.
Para descobrir as soluções que os animais desenvolveram os pesquisadores agora estão sequenciando os genomas dos seus parentes unicelulares. Eles têm descoberto uma profusão de genes que se acreditava existir apenas em animais.
Genes em comum — Para decifrar as soluções que os animais desenvolveram, os pesquisadores agora estão sequenciando os genomas de seus parentes unicelulares. Inaki Ruiz-Trillo, da Universidade de Barcelona, na Espanha, e seus colegas, estudaram o genoma “Capsaspora” procurando por um grupo importante de genes que codifica proteínas chamadas fatores de transcrição. Fatores de transcrição ativam e desativam outros genes e alguns deles são vitais para a transformação de um óvulo fertilizado no corpo de um animal complexo.
Na última edição de Molecular Biology and Evolution, Ruiz-Trillo e seus colegas relatam que aCapsaspora possui vários fatores de transcrição que se acreditava serem exclusivos dos animais. Por exemplo: eles encontraram um gene na Capsaspora que é quase idêntico ao gene animal Brachyury. Nos humanos e em muitas outras espécies animais o Brachyury é essencial para o desenvolvimento dos embriões, designando uma camada de células que se tornarão o esqueleto e os músculos.
Ruiz-Trillo e seus colegas não têm ideia do que a “Capsaspora” faz com um gene Brachyury. Neste momento eles estão fazendo experimentos para descobrir. Enquanto isso, Ruiz-Trillo especula que parentes unicelulares dos animais usam o gene Brachyury, junto com outros fatores de transcrição, para ativar genes para outras funções. “Eles têm de conhecer seu ambiente”, disse Ruiz-Trillo. “Eles têm de se unir a outros organismos. Eles têm de comer presas”.
Estudos de outros cientistas apontam para a mesma conclusão: muitos dos genes que se pensava serem exclusivos do reino animal estavam presentes nos ancestrais unicelulares dos animais. “A origem dos animais dependeu de genes que já estavam em seus lugares”, disse King. King defende que na transição para animais plenos esses genes foram cooptados para controlar um corpo multicelular. Genes antigos começaram a exercer novas funções, como produzir a cola para manter as células unidas e que poderiam se transformar em tumores.
Esponjas — Por décadas paleontólogos procuraram pelos fósseis que registrassem esta transição até os primeiros animais. Ano passado, Adam Maloof, de Princeton, e seus colegas publicaram com detalhes o que eles sugerem que sejam os fósseis animais mais antigos já encontrados. Os despojos, descobertos na Austrália, datam de 650 milhões de anos atrás. Eles contêm internamente redes de poros, similares aos canais existentes em esponjas vivas.
As esponjas também podem ter abandonado traços antigos. Gordon Love, da Universidade da Califórnia em Riverside, e seus colegas perfuraram depósitos de petróleo na Austrália datando de pelo menos 635 milhões de anos atrás. Na mistura de hidrocarbonos retirados, eles encontraram moléculas do tipo do colesterol que hoje são produzidas apenas por um grupo de esponjas.
O fato de as esponjas aparecerem tão cedo nos registros fósseis provavelmente não é coincidência. Estudos recentes sobre genomas de animais indicam que elas estão entre as linhagens mais antigas de animais viventes – se não são a mais antiga. As esponjas também são relativamente simples se comparadas à maioria dos outros animais. Elas não têm cérebro, estômagos ou vasos sanguíneos.
Apesar de sua aparente simplicidade, elas possuem carteirinhas de membros do reino animal. Assim como outros animais, esponjas produzem óvulos e esperma, que geram embriões. Larvas de esponja nadam pelas águas para encontrar um bom lugar onde possam se estabelecer para a vida sedentária e crescer, tornando-se adultas. Seu desenvolvimento é um processo peculiarmente sofisticado, com células-tronco dando origem a diversos tipos de células.
O primeiro genoma de esponja foi publicado só em agosto. Ele ofereceu aos cientistas a oportunidade de comparar o DNA das esponjas com o de outros animais, bem como com o da “Capsaspora” e outros de seus parentes unicelulares. Os pesquisadores observaram cada gene no genoma da esponja e tentaram compará-lo a grupos de genes de outras espécies relacionados, conhecidos como famílias de genes.
No total eles encontraram 1.268 famílias de genes compartilhados por todos os animais – incluindo esponjas – mas não por outras espécies. Esses genes foram presumidamente transmitidos para os animais viventes de um ancestral comum que viveu há 800 milhões de anos. Via pesquisa deste catálogo, os cientistas podem inferir algumas coisas sobre como era esse ancestral. “Não eram apenas bolota de células amorfas”, afirmou Bernard M. Degnan da Universidade de Queensland. Na verdade eles já expeliam óvulos e esperma. Ele podia produzir embriões e apresentar padrões complicados no seu corpo.
Versatilidade e oxigênio — Entretanto, os animais não apenas desenvolveram corpos pluricelulares. Eles também parecem ter desenvolvido novas formas de gerar diferentes tipos de corpos. Os animais estão mais propensos a mutações que recombinam partes de suas proteínas em novos arranjos, processo conhecido como “domain shuffling”, que consiste numa recombinação de domínios proteicos. “O 'domain shuffling’ parece ser crítico”, afirmou Degnan.
Degnan e seus colegas encontraram outra fonte de inovação em animais em uma molécula chamada microRNA. Quando as células produzem as proteínas dos genes, elas fazem uma cópia do gene numa molécula chamada RNA. Mas as células de animais também fazem microRNAs que podem atacar moléculas de RNA e destruí-las antes que elas tenham chance de fazer proteínas. Dessa forma elas podem agir como outro tipo de chave para controlar a atividade dos genes.
Os microRNAs parecem não existir em parentes unicelulares de animais. Esponjas têm oito microRNAs. Os animais com mais tipos de células que evoluíram mais tarde também desenvolveram mais microRNAs. Os humanos têm 677, por exemplo. Os microRNAs e o “domain shuffling” deram aos animais uma nova fonte poderosa de versatilidade. Eles ganharam os meios para desenvolver novas maneiras de produzir uma ampla variedade de formas – de grandes predadores a comedores de lodo.
Essa versatilidade pode ter permitido a animais primitivos se aproveitarem das mudanças que estavam ocorrendo ao seu redor. Cerca de 700 milhões de anos atrás a Terra saiu das garras de uma era do gelo mundial. Noah Planavsky, também da Universidade da California em Riverside, e seus colegas descobriram em pedras dessa idade indícios de um afluxo repentino de fósforo para os oceanos no mesmo período. Eles especulam que conforme as geleiras derreteram, o fósforo foi lavado da terra exposta para o mar e agido como uma dose concentrada de fertilizante, estimulando o crescimento de algas.
Isso pode ter levado à elevação rápida do oxigênio no oceano ao mesmo tempo.

Os animais podem ter sido preparados para usar oxigênio extra como forma de abastecer grandes corpos, usados para devorar outras espécies. “Era um nicho a ser ocupado”, disse Ruiz-Trillo, “e ele foi ocupado assim que o mecanismo molecular estava pronto.”

sexta-feira, 2 de maio de 2014

3ª série-Turmas 3005 e 3006- Assunto de uma avaliação do 2º Bimestre- Estudar: Eutrofização

EUTROFIZAÇÃO


  • LIVRO DE BIOLOGIA: Unidade III capítulo 21- páginas 330 e 331



  • http://eco.ib.usp.br/lepac/conservacao/ensino/des_eutro.html

3ª série- 3005 e 3006- Assunto de uma avaliação do 2º bimestre- Texto.1


Texto.1


Espuma verde em praias da Zona Sul não oferece risco a banhistas



Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/espuma-verde-em-praias-da-zona-sul-nao-oferece-risco-banhistas-diz-inea-11306522#ixzz30TqiznXG 
 

ou


http://oglobo.globo.com/rio/espuma-verde-em-praias-da-zona-sul-nao-oferece-risco-banhistas-diz-inea-11306522

3ª série- 3005 e 3006- Assunto de uma avaliação do 2º bimestre- Texto.2


Texto 2: 

INFLUÊNCIA DE DIFERENTES FONTES DE POLUIÇÃO NO PROCESSO DE EUTROFIZAÇÃO

http://www.gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/article/viewFile/207/207